quinta-feira, dezembro 28, 2006

9888 GATOS


Desde a instalação do contador, 9888 gatos e gatas (e suspeita-se que também um cão rafeiro) passaram por aqui em muitas visitas simpáticas, comentando e partilhando emoções parafelinas, que isto de gostar de gatos é uma doença tão saudável como qualquer outro vício: aditivo e reconfortante da alma.
E os malefícios colaterais são desprezíveis, em especial quando tudo corre bem com as "crianças", isto é as visitas ao Doutor são sempre rotina e prevenção. E nesse campo nem me posso queixar muito. E aqui em casa a população está a envelhecer, seguindo a tendência geral da União Europeia.
A decana da casa a gata siamesa NINA fará 18 anos em Março próximo. Está bonita, e ainda brinca às voltas com a sua curta cauda, de vez em quando, apesar de o desporto favorito ser dormir 20 horas por dia enrolada no seu fiel BARRABÁS que anda pelos 14 anos...
Os 18 anos da NINA poderão ser pretexto para um encontro de GATOPARDOS, a combinar em 2007...
Na fotografia, uma tartaruga simpática e anónima do grupo de gatos da Rocha do Conde de Óbidos.
Texto e fotografia do Gatopardo 28.Dezembro.2006

terça-feira, dezembro 26, 2006

CATlendário 2007

O GATOPARDO tomou conhecimento desta iniciativa meritória, e para além deste "post" de divulgação, vai encomendar alguns calendários...
Trata-se do CATlendário 2007, de que se apresenta uma imagem ao lado. Segundo os responsáveis pela iniciativa, a ideia apareceu "Com o objectivo de desmistificar os gatos pretos (por razões sobejamente conhecidas) está a ser desenvolvido um CaTlendário 2007, cujos lucros reverterão para causas já nossas conhecidas, de apoio aos animais.Para a produção do CaTlendário não há patrocínios, somente ajuda de algumas pessoas que se prontificaram a encomendar antecipadamente umcalendário para apoiar a impressão dos ditos. O valor final dos CaTlendários é de 4,5€ mais portes (65 cêntimos por correio verde)."
Em cada mês haverá um nova (e fabulosa) foto de um gatinho preto.Vão ser impressos em formato de calendário de mesa, com argolas. Contactos: rakell_dz@hotmail.com
Reforçando a sugestão de aquisição deste calendário, o ideal seria comprarem uns exemplares e adoptarem um gato preto. Para além de dar sorte, um gato preto é um Amigo par muitos anos. Já tive alguns de que ficaram recordações sem fim. Agora, com lotação esgotada, a comunidade do GATOPARDO acolheu recentemente uma gatinha preta, mas em versão tartaruga, a RITA, que tem imposto a sua personalidade impar com um tacto muito feminino...
Gatopardo - 26.Dezembro.2006

quinta-feira, dezembro 14, 2006

LES ESCLAVES

Au commencement, Dieu créa le chat à son image. Et, bien entendu, il trouva que c'était bien. Et c'était bien, d'ailleurs. Mais le chat était paresseux. Il ne voulait rien faire. Alors, plus tard, après quelques millénaires, Dieu créa l'homme. Uniquement dans le but de servir le chat, de lui servir d'esclave jusqu'à la fin des temps. Au chat, il avait donné l'indolence et la lucidité; à l'homme, il donna la névrose, le don du bricolage et la passion du travail. L'homme s'en donna à coeur joie. Au cours des siècles, il édifia toute une civilisation basée sur l'invention, la production et la consommation intensive. Civilisation qui n'avait en réalité qu'un seul but secret: offrir au chat le confort, le gîte et le couvert.
C'est dire que l'homme inventa des millions d'objects inutiles, généralement absurdes, tout cela pour produire parallèlement les quelques objects au bien-être du chat: le radiateur, le coussin, le bol, le plat à sciure, le pêcheur breton, le tapis, la moquette, le panier d'0sier, et peut-être aussi la radio puisque les chats aiment la musique.
Mais, de tout cela, les hommes ne savent rien.A leurs souhaits. Bénis soient-ils. Et ils croient l'être. Tout est pour le mieux dans le meilleur des mondes des chats.
Jacques Sternberg, in Contes glacés. Foto do Gatopardo.

sábado, dezembro 09, 2006

Olá, sou a EMÍLIA!

"Esta é a Emília, uma gatinha jovem que vagueava na rua há mais de uma semana, provavelmente abandonada por se encontrar grávida. Foi recolhida dia 7 de Dezembro, ao final da tarde. É uma gata extremamente meiga, que nos estende logo a patinha quando lhe fazemos festinhas e vê-se pelas suas reacções que estava habituada a estar numa casa. A Emília vai ser esterilizada e, devido ao tempo de gestação da sua gravidez, já não terá os filhotes. Depois da operação, a Emília vai procurar novos donos, que sejam responsáveis e não a abandonem à sua sorte, como já lhe aconteceu. Caso estejam interessados em a adoptar escrevam, por favor, para alexasof[arroba]gmail[ponto]com."
Este é o apelo da nossa Amiga ALEXA, que não precisa de mais palavras. Sugere-se que vejam o painel de fotos excelentes da Emília, como brinde por terem lido até aqui. Apenas um comentário acerca da suspeição relativa ao abandono por ir ter filhos. Enfim, um pormenor que só enaltece a nobreza de carácter do autor da proeza, a quem se sugere a atribuição do Grande Colar do Bom SACANA, para não chamar outra coisa menos edificante...
Gatopardo com texto (adaptado) e foto da Alexa - 2006

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Um TÓ tímido











Sempre tive um fascínio especial por gatos pretos e gatos brancos.



Pretos tive vários, mas há muito tempo que não tenho nenhum. Brancos só me lembro de uma gatinha, a MICAS, em casa dos meus Avós paternos, há muitos anos... Era tímida tal como o TÓ, que conheci e fotografei há uns meses em casa das Donas. É bom contactar com muito boa gente que por aí que se dedica a estes príncipes que até já foram deuses noutras épocas... São gatos amados. No caso do TÓ o amor não lhe diminuiu a timidez e foi um caso sério para o fotografar com um mínimo de qualidade que a sua presença alva implicaria. Fiz o que foi possível...




Fotos e testemunho do Gatopardo - 2006

terça-feira, dezembro 05, 2006

POETA GATO

" Parte-se em mim qualquer coisa.
O vermelho anoiteceu. Senti demais para poder continuar a sentir. Esgotou-se-me a alma, ficou só um eco dentro de mim. (...) Tiram-me um pouco as mãos dos olhos os meus sonhos. Dentro de mim há um só vácuo, um deserto, um mar nocturno."
Quando me encontrei com este GATO ali à beira mar, (chamemos-lhe "Z" por respeito à sua insistência no anonimato), ronronava baixinho Fernando Pessoa... O olhar perdido no mar revolto.
- Só tenho a minha liberdade como corolário de uma vida díficil. Já nem me lembro dos tempos de abundância burguesa, muito no fundo do tunel. Acabou tudo de repente uma tarde. Bateram à porta, era o Fisco, sedento: comeram tudo e não deixaram nada. Fiquei na rua. Só.
Excerto da Ode Marítima de Fernando Pessoa, depoímento de "Z" com foto do Gatopardo - 2006